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INSCRIÇÕES NO CREDENCIAMENTO

Minicurso 1:  Violência de gênero em Olhos d’água de Conceição Evaristo.

Professora Doutora Sarah Forte – UECE

Professora Ametista de Pinho – UECE/POSLA

 

Resumo

O minicurso aborda as violências de gênero em Olhos d’água (2014), da escritora Conceição Evaristo, a partir do exame de quatro narrativas: “Ana Davenga”, “Duzu-Querença”, “Maria” e “Quantos filhos Natalina teve?”. Para tanto, contextualizaremos a escrita da autora na literatura brasileira contemporânea enquanto “escrevivência”. Evaristo descortina vozes alijadas dos centros de poder: protagonistas negras que representam também nosso próprio país e seus cruéis processos sociais de exclusão e desrespeito às mulheres e crianças negras em situação de rua e vulnerabilidade. As quatro narrativas apresentam diversificada galeria de personagens femininas que se debatem nas malhas da opressão e encontram horizontes de esperança, mesmo que pela via da morte: Ana, Duzu, Maria e Natalina são perfis de mulheres negras que concretizam modos de resistir ao Brasil atual. Como metodologia, adotaremos a leitura crítica das narrativas, com o convite para a formação de rodas de leitura e posterior discussão, a partir da qual estabeleceremos diálogos com teóricos da literatura afro-brasileira e articularemos interpretações dos contos às categorias de subalternidade e resistência.

Palavras-chave: Conceição Evaristo; Olhos d’água; Literatura afro-brasileira; Violências de gênero.

 


Minicurso 2: Uma abordagem Antropológica do corpo feminino sacrificado na Literatura Brasileira.

Professor Doutor Carlos Magno – UFS

Resumo
Este minicurso apresenta uma metodologia politizada de leitura do texto literário por meio da identificação da estrutura social hegemônica que impõe a violência contra a mulher como uma forma de normatização da identidade de gênero. Particularmente, vamos nos deter nos valores morais e sociais que dão sustentação ao feminicídio e ao estupro. Dois atos de violência brutal que são regulados por valores éticos ancestrais. Como corpus, vamos propor o questionamento estético dessa violência na literatura de Lygia Fagundes Telles, Clarice Lispector, Marina Colasanti, Lya Luft, Patrícia Melo e Nélida Piñon. Metodologicamente, vamos apresentar os conceitos da antropologia de gênero usados para identificarmos o repertório espectral do discurso patriarcal: “desregulação de gênero”, de Jutith Butler, “violência estrutural ”, de Rita Segato, “crise de identidade”,  de Henrieta Moore, “moral de macho”, de Lia Machado, e “corpo disciplinado”, de Elódia Xavier. Por último, vamos apresentar alguns roteiros de leitura literária que expõem interpretações que ques tionam os crimes contra a mulher por meio de uma estética da desregulação de gênero, presentes na representação do corpo assediado, violentado e sacrificado. Nosso principal objetivo é formar leitores críticos capazes de identificares os recursos estéticos dos textos literários como uma força de resistência da escritora que denuncia a violência como uma forma de controle e punição do corpo feminino.


Palavras-chave: violência de gênero; estupro; feminicídio; literatura de autoria feminina.

 

 

Minicurso 3: Velhas histórias para novos tempos: alterar-se na (e pela) literatura grega.  

Professora Doutora Joseane Prezotto – UFC

Resumo

A literatura grega antiga (o que sobrou dela, para nós), desde Homero, há quase 3 mil anos, sendo objeto de interlocução constante, é também alvo de projeção das inquietações de seus receptores. Nosso minicurso pretende abordar exemplos de propostas de leitura atentas à questão de gênero, na interseção entre literatura, história e recepção: qual(quais) imagem(ns) da mulher grega helenistas e historiadores têm nos fornecido? De que intenções animam as obras: misoginia, empoderamento? Estão esses pontos de vista fadados a um incontornável anacronismo? Por outro lado, pretende-se abrir um debate acerca de (nossas) expectativas em relação ao comportamento masculino, confrontando-as com passagens selecionadas da literatura épica e trágica. Qual valor pedagógico podemos extrair da caracterização de uma possível masculinidade tóxica a que responderiam os personagens e sua suposta resolução por processos de alteração e alteridade? 

 

Palavras-chave: Literatura grega. História. Gênero.

INSCRIÇÕES NO CREDENCIAMENTO

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